" Pai? Trouxe bala? "
" Pai? Me dá cavalinho?"
" Pai? Eu quero colo. "
Quando eu era pequena não tinha medo de pesadelos porque te tinha, e você transformava todos os meus medos e horrores em mais um momento bonito com você. Me carregava no colo, me ninava e falava coisas bonitas.
Falava de fadas e duendes.
Falava de São Jorge e seu cavalo mágico.
Você dizia que eu não precisava temer nada porque você vigiava meus sonhos e eu sempre poderia contar com seu amor. Lembra?
E mesmo quando eu cresci, fiquei um pouquinho maior e mamãe zangava comigo porque não gostava do meu novo namorado, você sempre vinha em meu auxílio. Amansava a fera e dava um jeitinho mineiro dela não me colocar de castigo. Lembra?
Agora cresci. Que pena!
Já vou fazer cinquenta anos e ainda tenho medo, pesadelos e preciso da sua proteção.
Ainda sinto sede de madrugada e tenho medo de me levantar no escuro.
Estou grande, mas o coração para desespero meu, ainda sente saudades do pai querido que se foi para outra dimensão. E eu te chamo, clamo pelo seu amor.
Perdão, Pai.
Perdoe-me se às vezes insisto em te chamar.
Vai, pai querido, segue tranquilo o teu caminho.
Descansa e evolui.
Um dia a gente vai se encontrar.
Georgete Reis
Horácio Ferreira da Silva Filho |
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