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25 de setembro de 2011

CHUVA DE VERÃO


E foi assim que ela nasceu... Em um dia quente de verão.
Veio de um céu escuro, povoado de trovões,
Por isso, já nasceu com medo.
Veio de um véu escuro onde não se viam estrelas,
E tinham esquecido de pintar a lua.
Por isso, nasceu com melancolia e se sentindo só.
Nasceu única e muitas.
Água e gota.

É... Foi assim que ela surgiu já predestinada a doação.
Sempre humildemente se dividia em partículas minúsculas de água,
E ao se doar, abraçava o mundo.
Como chuva era tudo.
Como gota se particularizava.

E é assim que me lembro dela,
Ao olhar o jardim pelo vidro da janela.
Là estão os girassóis sedentos se entregando à ela,
Anos e anos depois da primeira primeira chuva de verão.
Não sinto alegria e nem satisfação.
Apenas certo descontentamento.
Naquele tempo eu era jovem, ingênua e cheia de sonhos.
Não conhecia nada e achava que sabia de tudo.

Hoje, no que chamam de "maturidade funcional",
Ainda continuo não sabendo quase nada.
Mas descobri que viver é prosseguir, apesar de todos pesares.
É rir quando se tem vontade de chorar.
Insistir mesmo quando o medo ronda a mente,
Criando fantasmas que nos impedem de seguir adiante com alegria.
Viver é caminhar sem saber qual será o resultado final.
É evoluir na dor e no amor.

Georgete Reis

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Georgete Reis